06 junho 2010

Como confiar numa cara de bom moço?

Às 9 e 22 da noite foi dada a largada no cronômetro do meu celular Nokia Xpress Music que tem centenas de funções que eu não conheço dentre elas uma que uso muito - o marcador de tempo. De tempo, mas não de temperatura.
Na reportagem do jornal local de maior credibilidade – bem, isso é o que consta no histórico da Biblioteca municipal apesar da palavra nem ser mais utilizada hoje em dia – 0 grau é o que os termômetros marcam em Curitiba neste domingo.
Zero grau.
O que é neutro.
Zero grau pode ser tão sincero quanto um bandido com cara de bandido.
Porque se existe forma de ser sincero nesta vida é mostrando quem você realmente é logo de cara. Ou melhor, na cara.
O ditado popular centenário criado sabe lá Deus em que cantinho deste universo diz que “as aparências enganam”, lembra?
Mas Belchior escreveu e Elis Regina cantou que as aparências não enganam não.
Em quem, então, meus caros – acreditar?
Quem – nesse caso – teria credibilidade?
E se um deles tiver razão, deveríamos botar fé nesses cidadãos em todas as ocasiões?
Digo, os ditados populares devem receber crédito? Devemos crer que eles têm razão?
Foram – quem sabe – inventados por sabedores de todas as causas e perfeitos nas suas ponderações e, portanto, devemos indubitavelmente levar à ferro e fogo todas essas insinuações?
Até porque quem com ferro fere com ferro será ferido. Mas também quem não arrisca não petisca.
Estranho falar do que não conhecemos. Porém mais estranho não é falar do que conhecemos? Porque, afinal, se conhecemos, por quê falar?
Voltemos à credibilidade. Como ter certeza de que podemos confiar em determinadas pessoas?
Um segredinho que escapa não pode ser levado tão a sério, dizem uns.
Porém minha avó afirmava que quem rouba 10 reais é o mesmo ladrão que rouba 1 milhão.
E agora, José?
A festa acabou. A luz apagou. O povo sumiu. A noite esfriou. Zero grau em Curitiba.
E agora?
Uma xícara de café não vai ser suficiente para responder.
Nem uma de chá.
Menos ainda de leite.
3 minutos é pouco tempo. O marcador do tempo agüenta.
Mas serão necessárias mais linhas. E palavras para responder.
E agora?