16 novembro 2009

A MULHER DO NOVO SÉCULO


“Eu não preciso disso”, você diria, mulher, ao observar o mundo ao seu redor e escolher o que lhe cai bem.
No universo dos casais, a frase também é típica. Principalmente durante os rompimentos.
Os homens, especialmente, são os que usualmente decepcionam quanto ao ponto de vista feminino, claro.

Bebem sem limite.
Criam barriga antes mesmo de nos engravidar.
Falam palavrão.
Normalmente não lavam as mãos antes das refeições ou ao sair do banheiro.
E ainda arrotam, seja moela ou caviar.
Nos ligam só se implorarmos.
Gastam metade do tempo assistindo futebol e a outra metade falando sobre futebol.
Usualmente, detestam nossas mães.
E quase sempre têm chulé.

E nós, definitivamente, não precisamos disso.

Já temos de sobra nossos problemas. Talvez sejam em menor número, porém seguramente maior em potencialidade.
Ou vocês machos internautas de plantão pensam que é fácil menstruar?
Ah, é simples. É só comprar absorvente!” arriscam uns audaciosos.
Além de ter o gasto com o absorvente, nós temos o gasto com os potes e caixas de remédios para nos aliviar das dores. Temos de nos preocupar com que roupa usar (e se isso ocorrer na virada de ano, nem branco podemos nos arriscar a vestir). Precisamos controlar a raiva no período que antecede esse infortúnio herdado da grandiosíssima Eva, que fez o favor de irritar Deus com aquela maçã argentina. Fora o caos que o calorão interno causa. E o chefe dizendo no telefone “vai faltar de novo só por causa disso????”.
Como se desprezar o que a natureza nos deu fosse nos fazer mudar de opinião. Mas esse é um mero detalhe da vida feminina.

Nós ainda ganhamos menos.
Temos de carregar um filho nove meses na barriga e o resto da vida nas costas.
E somos forçadas a cozinhar, mesmo tendo nascido para gastar.

Mas nós não precisamos deles.
Essa é a mulher do novo século.

Nós vamos viver 100 anos.
Podemos ter filhos sem eles.
Podemos chegar ao orgasmo sem eles.
Sempre seremos as bozinhas perante as crianças.
Nos aposentamos mais cedo.
Pagamos metade na balada.
Ganhamos mimos dos pais até os 40.
Temos charme para pedir desconto e furar a fila.
Fazemos negócio rapidamente.
E ganhamos anéis de ouro no aniversário.

Ah, homens! São muitas vezes pretensiosos, dissimulados, arrogantes e de uma reputação não muito apropriada para menores de 16.
Soltam gazes enquanto dormem. Não passam fio dental. Tiram meleca do nariz no sinaleiro.
E ainda assim, após uma partida de futebol com mais 10 caras fedendo a ovo cozido do dia anterior, somos capazes de dormir com eles.
Gostamos do corpo molhado?
Do gosto amargo do rosto suado?
Nós precisamos disso?

Não, homens.
Nós não precisamos disso.
Desculpe a sinceridade, mas...
Vocês sabem, nós não precisamos de vocês.

Nós apenas queremos vocês.
Demasiadamente.

3 Comments:

Anonymous Lobo Rosa said...

É engraçado como pensamos sempre em nos defender, ao ler teu texto logo pensei em montar uma contra ofensiva e depois desmontar tudo, mas, pensei, merecemos mesmo que esta mulher do novo século tenha tanto receio mesmo nos querendo demasiadamente, já escrevi muita coisa a este respeito, onde erramos, onde foi que o amor do século dezenove sumiu, o romantismo, a profundidade, modos e tal... ok ok ok, já me flagrei tirando meleca no sinaleiro, mas vem cá... observando bem, todo mundo tem pentelho, e só a bailarina que não tem, não é? Já vi muitas moças fazendo o mesmo, será alguma síndrome de auto defesa contra estes trogloditas que adota a tática do mesmo comportamento? Bom, nem sei, sei que uma vez disse que estamos fadados ou a ser permissivos ( o óvulo que espera e não presta para barrar o bonitão que chega primeiro e faz nem que seja uma entrevistinha rápida e rasteira para ver se é ele mesmo...) ou a outra metade, que chega correndo, sem pedir licença, querendo acontecer e ser a noticia, olha, eu cheguei, peguei e vou ficar... sem ao menos pedir ou sei lá, dar um agrado ou qualquer coisa assim... Mas por fim das contas resolvi não falar sobre e aceitar em partes, afinal, ainda sou quisto, mas olha, no geral somos isso mesmo, separando bem, ali e aqui, tem gente sim que até é diferente e que consegue observar de forma mais abrangente e se destacar... fico pensando, como somos criados para acreditar em algo ou seguir comportamentos, eu por exemplo nunca na vida gostei de futebol, ainda criança era rechaçado pelos colegas e obrigado a gosto próprio a ficar com as garotas papeando... quanta gente falou que aquele ali ó, menino estranho... tudo bem, cresci, continuei a não gostar de bola, e sim, talvez não da forma que diziam, mas continuei um ser estranho, e vou repetir, olhando bem, quem não é? Em minha vida cheguei a muitas conclusões, da loucura feminina, suas precipitações constantes, na falta do silencio construtivo e por ai vai, mas não deixei de observar tudo o que disseste aqui, seriamos então permissão e invasão, e agora a permissão deixa de ser tão aberta concedendo acesso mas com devidas restrições e sabedoria do que faz? Verdade, a parte da invasão ainda não aprendeu invadir sabendo que só invade porque é permitido, ainda se achando no pátrio poder. somos homens, fadados a evoluir mais rápido somente em alguns poucos primeiros anos, depois é com vocês, fico muito confortável em saber que mesmo tendo em mim parte de tudo que sita a cima, ainda possivelmente serei quisto demasiadamente por alguma permissiva consciente e sabia por ai.

17/11/2009, 14:09  
Blogger Alina said...

Que lindo! Isso mesmo, não precisamos, mas queremos 300% do tempo. Muuuuito. Sabe o que é bom? Aquele brucutu sensível. Barrigudo, beberrão, que arrota, tira meleca, mas se declara, dá mil presentes, lembra de datas e topa assistir um drama. =D

Adoro te ler, mulher. Muito, muito, muito. Saudade! Beijos.

18/11/2009, 14:27  
Anonymous Day said...

Demais! É isso mesmo. No fim das contas a gente sempre ama. Eles são demais e vc mais ainda. Repito o que a Alina disse: Adoro te ler. Muito muito muito.

20/11/2009, 08:30  

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