21 outubro 2009

A cidade de Fito Paez

Praça do Monumento à Bandeira, local da Independência de Rosário


É como a Curitiba dos Cariocas, num estilo ainda mais sofisticado, porém sem tanta elitização. É comum cruzar com casais de idosos que passaram a vida toda em Buenos Aires e agora usam Rosário como um refúgio.
Mulheres tomam conta das ruas charmosas por sua arquitetura tricentenária.
A maioria das estruturas antigas foram conservadas. Difícil encontrar novas construções, com exceção, claro, do prédio que agora habita exatamente o lugar onde Ernesto Guevara de La Serna, o “Che”, nasceu. A casa que deveria ser um patrimônio histórico da cidade, foi demolida.
Dizem os argentinos que Cuba tem direito absoluto sobre o uso da imagem de Che. Informação que já estou investigando e acredito eu ser inverossímil.



De qualquer forma, não foi ali que o mártir da Revolução Cubana cresceu. Nasceu em Rosário por um acaso. Em viagem à Buenos Aires, dona Célia sentiu as contrações e no caminho a pequena cidade. Ficaram para o parto e mais uns poucos dias até seguiram caminho.
De clima cosmopolitano, no entanto cercada pelo Rio Paraná, Rosário transborda tranquilidade. Ritmo desacelerado que o clima seco e frio colabora para manter.

Há 300 km da capital federal, a cidade tem como xodó o Clube Atlético Rosário Central e um estádio de dar inveja a algumas equipes brasileiras. O “Gigante de Arroyito” chegou a ser sede da Copa do mundo de 1978 e já recebeu timaços como o glorioso Galo Mineiro, na Copa Conmebol de 95. A camisa azul e amarela seguramente é a mais usada pelos “rosarianos”. Orgulho para a província com pouco mais de 1 milhão de habitantes.
Por ser pequena, Rosário engana na sua grandeza. É considerada hoje o maior pólo exportador de agroalimentos do mundo.

O mais saboroso da cidade é que você pode percorrê-la quase que inteiramente a pé ou de ônibus. Esqueça o táxi, exceto para ir até ao aeroporto ou sair à noite.
Caminhando pelas Calles quase sempre estreitas, se pode ver as vitrines com preços atrativos para confecções e calçados, tanto para mulheres como para homens. As calçadas são repletas de frutarias, bancas de flores e cachorros e pombas aos montes.
Mas o que me chamou mais atenção é que talvez Rosário seja a cidade com maior número de confeitarias por metro quadrado da América Latina.
Na Rua Entre Rios, Tucumán e Corrientes não faltam opções. Mas escolhi a Calle Paraguay para almoçar.

O “Vinício Coffe Bar” serve vários combinados a preços honestos. Optei pelo purê de batatas com suflê de legumes. E como estava de férias, lógico que merecia uma Quilmes para acompanhar – aquela cerveja que tem garrafa de até 1 litro, mas como não sou gulosa pedi só uma lata.
Consegui uma das 7 mesas do local com uma vista estratégica para a rua. Com tranqüilidade pude degustar meu prato (17 pesos) até seguir para a sobremesa, o legítimo alfajor Havana.
A Avenida Córdoba é um Boulevard ideal para buscar presentes e uma lembrança de Rosário. Compras com cartão saem cerca de 5% mais caras do que pagamento em dinheiro. Se tiver precisando de roupas novas separe um dinheiro que vale a pena.
Mas preste atenção na hora de pagar. Os preços da vitrine podem mudar conforme o cliente.

Nas calçadas se pode ver também apresentações de músicas, como no Brasil.
A diferença é o ritmo. Comumente se escuta jazz.

Para se hospedar em Rosário prepare o bolso. Os hotéis conseguem ser mais caros que os de Buenos Aires. Na primeira noite fiquei no Urquiza Hotel e morri com $332. Atendimento horrível, quarto pior ainda e um café da manhã que até eu faço melhor.

Saí dali e optei por um hostel. O Rosarinos é bem central e por $90 me ofereceram um quarto individual com acesso wi-fi gratuito, fora uma recepção calorosa. Espaço amplo com área compartilhada para tv, cozinha e sala de leitura. E limpo. Além de tudo se encaixa perfeitamente na descrição daquela estrutura européia tão falada por aí da Argentina.
Só não esqueça de levar lençóis e toalha.

Se me perguntam onde ir em Rosário, respondo que os passeios pelas ruas já são um precioso roteiro turístico. Esse lado meio off, de descobertas, é ao meu ver a melhor escolha.
Fora isso tem a Praça Sarmiento, O Parque Nacional de La Bandera, o trem que vai até Buenos Aires, e agora o maior cassino da América Latina.

Recomendo: Adaptadores para carregar pilhas, secar o cabelo. As tomadas são quase todas trifásicas, e com as entradas desiguais, o que nunca vi no Brasil. E nem em lugar algum. Também prefira os aparelhos com bivoltagem ou 220v.


Buen viaje!!!

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