30 março 2007

Falta de organização

É com muito pesar que informo que essa semana descobri que não tenho educação.
MEU DEUS! Longe de ser culpa dos meus pais. Até uma certa fase da vida eles me regulavam, escolhiam a cor do meu pijama, cortavam o meu barato como dizem uns bicho-grilo (manos) por aí. Mas aí eu fiz jornalismo e hoje nem pijama eu uso!
É terrível observar o que faço ultimamente com meus amigos, meus convidados, amigos dos amigos e pior, os pais dos amigos. É uma tragédia! Quase grega. Basta alguém abrir a boca para eu interromper.
Não meço o que falo, solto impropérios a cada 12 segundos - e isso na frente de pessoas idosas e outras nem tão velhas mas extremamente conservadoras. Dou chiliques quando meu copo está vazio, mudo de assunto repentinamente se o que está na roda não me interessa muito, rio alto dentro da Igreja, buzino na rua tanto para homens quanto mulheres, crio o caos se um produto passa no caixa com preço mais alto do que na estante e às vezes chamo urubu de meu louro, Jesus de Genésio e cachorro de meu cacho.
E isso, people, não é bonito. E repito: Não é culpa dos meus pais.
O problema é de fábrica mesmo.
Sabe, tipo especificações de computador. Memória: 512MB – HD 120 GB. No meu, o item organização, definitivamente, veio com uma quantidade inferior aos demais. Mas eu tô vivendo!
O fato é que eu acho que meu cérebro congelou pela metade. E a metade da outra metade está embriagada. Então só me resta 1/4 de cérebro que, na maioria do tempo, dorme e quando acorda, só fala besteira.
Whatever, o que quero é mostrar como me falta organização. Veja por exemplo este texto. Sabe há quanto tempo me pediram para fazê-lo? 30 dias, minha gente. 30 dias.
E sabe quando fui finalmente começar, e conseqüentemente terminar, de escrevê-lo?
Hoje! Hoje, minha gente. (Minha gente não, olha a possessividade, Silvia!) Minha não, porque não sou dona de ninguém. Mas bem que queria ser dona de algo pois, afinal, não tenho nenhuma propriedade a não ser esse computador velho que trava de 15 em 15 minutos e um carro financiado em nome da minha mãe. Mas olha, não é tão ruim assim ter um carro financiado no nome da mãe. Pense, se a justiça for atrás de alguém cobrar as prestações atrasadas não vai ser atrás de você. Portanto, ninguém vai bater na minha porta. Não na porta do meu quarto, pelo menos. Porque, não pasmem, moro com os pais.
Ué! Acharam o quê? Uma desorganizada como eu morando sozinha? Esqueceria até de comer. Ah, mudemos de assunto. Estávamos falando de quê mesmo?
...
...
...
Hummm... Claro, FALTA DE ORGANIZAÇÃO. Pois então. Se o problema é de fábrica, como faço para reverter o quadro?
Talvez eu pudesse tentar descongelar aquela metade do meu cérebro, mas meu microondas estragou.
De repente, tiro a pinga da metade da outra metade e tudo resolvido. Mas é a única parte do meu cérebro que me faz feliz.
E se eu continuar usando a metade da metade restante? É, vou ser uma eterna escritora mal-sucedida de ... de... quando o advogado é ruim, dizemos que é advogado de porta de cadeia. E quando o escritor é ruim, nós o chamamos do quê?
Ah, a gente não chama de nada. Dá audiência para ele uma só vez e depois, que depois o quê! NUNCA MAIS!
Não sei porque, me lembrei do Gil Gomes. Aqui e agora! Talvez seja essa mais uma prova da minha falta de organização.
Definitivamente, eu preciso de um pijama novo.
Texto publicado no jornal "O Marco Zero" de 16 de Junho de 2006.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Vc é loca!
E eu gosto disso. (Risos)

13/06/2007, 20:27  

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