15 março 2007

PAIOL LITERÁRIO 2007

ANA MARIA MACHADO ESBANJA SIMPATIA NO PRIMEIRO PAIOL LITERÁRIO DE 2007 E CRITICA MÍDIA PELA EXIGÊNCIA DE UMA LITERATURA EDUCATIVA INFANTIL

Eu não escolhi, fui escolhida. E não foi por Deus não, foram por 250 mil leitores por semana”.
Não que ela não seja modesta. Mas é que a história é isso aí e não tem o que dizer senão o que aconteceu. Ana Maria Machado foi realmente escolhida. Na semanas em que escrevia para a Revista Recreio, eram vendidas cerca de 150 mil edições a mais do que o comum.
Quem não foi perdeu a escritora de literatura infantil abrindo o primeiro Paiol Literário de 2007 e dando de sobra motivos para boas gargalhadas. O encontro que acontece sempre no Teatro Paiol está no seu segundo ano consecutivo e traz sempre um convidado que seja escritor e¤ou jornalista do mundo literário. A abertura deste ano aconteceu dia 13 com a escritora de literatura infantil que deu de sobra motivos para gargalhadas de quem foi até o Teatro Paiol na terça-feira.
Sentada ao lado direito da câmera que registrava a conversa com o jornalista José Castello, Ana Maria usava tamancos pretos estilo senhora, como ela é, e usava brincos discretos diferente dos seus cabelos curtos e amendoados, que faziam contorno quase perfeito na leveza do seu rosto. Mostrou-se simples sem deixar de contar de todas as experiências que lhe renderam o maior prêmio literário nacional, o Machado de Assis e o prêmio Nobel da literatura infantil mundial. Preocupando-se todo o tempo em falar próximo do microfone de lapela que lhe foi pregado às vestimentas, ela contou como se tornou uma escritora e afirmou que não escolheu a profissão, mas sim foi escolhida.
Eu achava que ia ser pintora, só que eu fui quase expulsa da pintura. Eu não tinha uma grande contribuição a dar pra pintura. Mas com o resultado das vendas de revistas quando eu escrevia textos eu sabia que tinha uma grande contribuição a dar pra literatura infantil”.
Ana Maria tem mais de 100 livros publicados no Brasil e algumas obras espalhadas em 17 países. Tudo isso somou à escritora a venda de mais de 18 milhões de exemplares.
É um número e tanto para alguém que jurava que seria pintora.
Porém, Ana Maria ressaltou que a mídia é sempre crítica da literatura infantil. Dizendo que há uma “cobrança excessiva em cima da literatura infantil educativa”, Ana Maria diz que acha desnecessário e, aliás, nunca se preocupa em colocar algo educativo em seus livros.
Desde os anos 70 eu acho que não tem mais essa literatura educativa. É uma cobrança que vem da mídia que acha que tem que ser assim. A gente chega num evento e diz que as crianças estão lendo mais apesar da televisão e ninguém acredita. É uma insistência de que a televisão tomou o lugar da leitura. [...] A mídia é um caso perdido”.
José Castello, que estava levemente rouco e com uma tosse incessante, abriu o Paiol Literário fazendo a pergunta que rendeu quase todo o encontro. Qual a importância da literatura em sua vida? Ana Maria comentou sobre a excessiva busca em se fazer essa pergunta e a relacionou com uma reflexão: “No fundo há uma desconfiança sobre se existe realmente algo de importante nisso. Mas na minha vida a importância é total”.

O Paiol Literário trará 10 convidados até o mês de dezembro. O próximo encontro está marcado para 18 de abril (quarta-feira) com a escritora, também carioca, Nélida Piñon.
Matéria publicada no jornal FAROL de Março de 2007.

2 Comments:

Blogger Fabio Marcolino said...

curti. Ficou mto bom. Só não acho que ela arrancou gargalhadas assim, ela não é humorista (ou era eu que não tava bem).

16/03/2007, 12:48  
Blogger Periodista said...

Ahahaha
Acho que é a segunda opção.
Apesar de que a primeira também é correta!

20/03/2007, 22:41  

Postar um comentário

<< Home