01 junho 2006

Meu próprio eu



Gosto-te tanto que enxergo teusolhos quando me vejo no espelho e escuto tua voz, num eco de meus gritos silenciosos chamando teu nome.
Quando tenho saudade, sinto o gosto amargo dadistância do teu natural perfume, que diariamente tenta me viciar.
Você vem e me pede: “Quinze dias sem me ver.”
Impotente, vou mais uma vez tentar ficar sem você;o complemento de meu próprio eu.
Acato a decisão. Porém, deixo claro que, no escuro, sofre o meu íntimo.
Ainda que te espere com paixão.
Deve ser esta a tal dança da solidão. Se for para dançar, quero sentir o chão gelado penetrando nos meus pés descalços, a brisa fraca deslizando em minha frente e a dor dos meus braços tentando abraçar a lembrança do teu corpo e esquecer, com outro desgosto, a dor de não ter você.
Texto publicado no suplemento PALAVRA VIVA - edição 2006.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Muito bom, escritora. MUITO bom. Um por dia. Está caminhando?

02/06/2006, 17:07  
Anonymous Anônimo said...

Super color scheme, I like it! Good job. Go on.
»

21/07/2006, 00:34  

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