11 março 2006

A ponte





Três vidas. Dois caminhos. Uma ponte.
Antes, era medo. Depois, virou prazer.
O prazer saiu barato. Caro ficou o fim.
O fim foi como um sonho imaginado antes.
E o antes parecia não ter fim.

O primeiro estranhou. Fez cara de quem não gostou.
Descia pro mesmo lado. Fazia o mesmo caminho.
Acreditou em uma materialização.
Cruzava a mesma ponte e se desviava do que não parecia certo.
Chegava na hora certa e se despedia com presteza.

O segundo gostou. Fez cara de quem entendeu.
Duvidou da minha palavra. Acreditou numa aproximação.
Contaminou-se com minhas inverdades.
Sofreu por ter que se esconder.
Trouxe à tona o que não queria ver.
Caiu nas garras de um diferente ser.

O terceiro ficou instável. Imutável. E Constante.
Riu. Chorou. Não obstante, se entregou.
Caminhou até o meio. Parou.
Virou-se e percorreu o caminho de volta, até se acostumar com a paisagem.
O mais belo se aproximou e, o seu cheiro, ficou.

O segundo correu, correu e voltou ao mesmo lugar.
O primeiro tornou-se o segundo. E o segundo, o primeiro.
Na lista só cabem 2 nomes. O fim não tem preço.
E os dois ficaram na mesma lista, e nada mudará isso.
Nem o perigo. Nem o medo. Nem a ponte.


2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

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»

04/07/2006, 00:40  
Anonymous Anônimo said...

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21/07/2006, 00:34  

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